José Silva e Maria Inês Paiva formam um casal unido que conseguiu superar os desafios que a vida lhes foi colocando. Saídos muito novos de aldeias do concelho de Castro Daire, foram viver inicialmente para o chamado “Campo 50”, um bairro de casas de tijolo por cima do campo do Clube Oriental de Lisboa.
José Silva fez carreira na Sociedade Nacional de Sabões (SNS), enorme conglomerado de empresas onde se fabricavam resinas para tintas, rações, óleos, detergentes, etc. tendo a sua primeira função sido a da lavagem de tambores para a fabricação de resinas, poliesters e materiais para tintas.
Maria Inês Paiva ficou inicialmente em casa a cuidar dos filhos pequenos e, após o 25 de abril de 1974, conseguiu colocar as crianças numa creche construída no Bairro da PRODAC para acolher as crianças da zona, uma melhoria, como tantas outras, resultante do desenvolvimento social verificado com a instauração da democracia em Portugal. Esta possibilidade de colocar os seus filhos na creche, permitiu a Maria Inês Paiva entrar no mercado do trabalho, concretamente na empresa Sedas e Veludos integrada no Grupo Batista Russo onde durante 19 anos trabalhou na cozinha, confecionando almoços no refeitório da empresa. Com a concretização do plano de reabilitação da zona oriental de Lisboa, no contexto da exposição mundial Expo 98, a empresa fechou e Maria Inês Paiva ficou sem emprego, tendo anos depois conseguido a reforma.
Captação de imagem e som por Luís Costa a 29 de novembro de 2019. Editado por Liliana Silva.
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