Isabel Almeida, nasceu a 16 de Abril de 1960 na aldeia de Santa Margarida concelho de Castro Daire, teve uma infância feliz e di-lo com um sorriso nos lábios. Sempre gostou de costura, arte que aprendeu aos 14 anos em Castro Daire, com a D. Maria Elisa Albuquerque. Desfazia a roupa e depois voltava a cozer à mão, mas não era o que ela queria ser, tinha um sonho, ser professora, mas o pai não lho permitiu, tendo-lhe oferecido uma máquina de costura que persiste até hoje, já velhinha e um pouco enferrujada, mas que segundo Isabel ainda era capaz de cozer, “afinal é uma SINGER”, remata a própria.
Aprendeu a arte da costura e trabalhou por conta própria, muitas noites até tarde, à luz da candeia, e os clientes esses não lhe faltavam. Fez calças, saias, casacos, camisas, blusas, vestidos, chapéus e também fazia arranjos, sem nunca usar moldes, gosta de salientar. Casou cedo, com 18 anos e continuou na costura, até ao dia que emigrou para a Suíça onde esteve mais de 30 anos. Emigrou à procura de um futuro melhor e deixou para trás a sua filha com os avós, não por vontade própria, mas porque, naquela altura não a podia ter lá. Sofreu com a partida, com a família e com a filha que deixou, mas acabou por se habituar, como afirma. A costura deixou-a em Castro Daire, só esporadicamente, fazia, a pedido de amigos, alguns arranjos. Recorda, com saudades, um vestido que fez para uma menina italiana. A arte da costura permanece até hoje e, de vez em quando, ainda faz arranjos na sua própria roupa ou na roupa da filha e netos.
Entrevista a Isabel Almeida conduzida por Luís Costa. Captação de imagem por Liliana Silva e de som por Luís Costa, 14 de janeiro de 2020. Editado por Liliana Silva.
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