António Augusto Carneiro Pereira, nasceu a 6 de maio de 1963, em Lamelas, concelho de Castro Daire e aos dois anos, rumou a Lisboa, com seus pais, à procura de uma vida melhor. Morou, como tantos outros castrenses, numa barraca, em Marvila, junto à linha de comboio, como nos conta.

Com os pais a trabalharem, a mãe na Fábrica Nacional de Sabões e o pai num armazém de tubos, era António que com as indicações deixadas pela mãe, preparava o almoço. Recorda-nos, ainda o tempo em que todas as noites, pela madrugada ia buscar o pão ao padeiro, para a manhã do dia seguinte. Sem luz, sozinho e com ratazanas a passar-lhe à frente.

Andou na escola, e ainda chegou a estudar no antigo 1º ano do ciclo, hoje 5º ano, mas a morte prematura do pai impediu-o de continuar. Tinha que ajudar a mãe, com os irmãos que o pai deixara. Começou numa mercearia do bairro de Marvila, a mercearia do Senhor Marques, onde esteve cerca de 3 anos.

Mais tarde, ingressou numa fábrica de produtos químicos, casou e fez a vida na Charneca da Caparica. Passados 35 anos de vida, na Lisboa que o ajudou a crescer e a ser homem, regressa já com filhos grandes para o concelho de Castro Daire, onde hoje vive. Vai com frequência a Lisboa, ao bairro onde viveu, porque a mãe ainda esta lá, e recorda com saudade a vida que viveu na capital.

Entrevista a António Pereira, conduzida por Luís Costa. Captação de imagem por Liliana Silva e som por Luís Costa a 14 de janeiro de 2020. Editado por Liliana Silva.

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