Joaquim da Silva Ferreira, nascido em Lamelas de Lá, freguesia de Castro Daire, teve uma infância com muito trabalho, Criado por uns tios, negociantes de gado, ajudou-os, desde tenra idade, a guardar as “vacas no monte”, percorrendo quilómetros. Aos 16 anos foi para Lisboa, onde já estavam os irmãos e os pais. A realidade que encontrou foi dura. Quando chegou, conta-nos, arrepiou-se, um aglomerado de casinhas de madeira, com chapas de zinco, com falta de água, que era transportada para dentro de casa, socorrendo-se do chafariz. Chegado ao bairro de lata, ao Bairro Chinês, na zona oriental de Lisboa, foi à procura do sonho. O sonho que tinha era ser pedreiro, arte que abraçou durante 6 anos tendo chegado a mestre, diz-nos orgulhoso. A vontade de vingar, levou-o a inscrever-se na PSP, decisão que reconhece como uma das mais acertadas.
Mais tarde, com apenas 24 anos, inscreve-se na polícia de choque, num curso duro, recorda. Uma transferência permitiu-lhe vir para o Norte, e em 1985 chega a Lamego, onde fez toda a carreira na polícia e por lá ficou durante 27 anos. Uma vida cheia, diz-nos, para trás ficaram definitivamente as dificuldades de uma chegada dura à capital, a 11 de Agosto de 1972.
Entrevista, captação de imagem e som por Luís Costa a 27 de Fevereiro de 2020. Editado por Liliana Silva.
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