Ana Augusta dos Santos, nasceu no mês de Dezembro, em Picão, no concelho de Castro Daire. Das mãos de muitas destas mulheres de Picão saem há imensos anos maravilhosos trabalhos em linho, lã e burel. Os teares fazem parte da sua vida, desde os avós, aos pais. Não havia casa na aldeia quem não tivesse um tear, conta-nos Ana Augusta dos Santos
Por todo o concelho se tosquiavam ovelhas, fiava-se a lã e daí surgiam as peças de vestuário mais grosseiras, como sejam as meias, e Picão, nos contrafortes da Serra do Montemuro, não era excepção. Ana Augusta dos Santos começou cedo, aos 12 anos, a fiar e a fazer meias, meias de lã das ovelhas que havia na aldeia. Só mais tarde é que começou a trabalhar em tecido. Sabe o ciclo da lã e do linho de cor e enuncia as suas fases com o conhecimento que a vida lhe deu. Este foi sempre o seu mundo!
Mais tarde, surge na aldeia, a Associação de Solidariedade Social das Lançadeiras de Picão, nos anos 90 impulsionada pelo ICA, programa subsidiado pelo Fundo Social Europeu e que veio dar ânimo a quem sempre viveu do linho e da lã Hoje, a lã vem de Manteigas, onde a compram, e continuam a fazer cachecóis, saias e casacos, com um design contemporâneo, diz-nos, mantendo vivo este património vivo e imaterial da aldeia de Picão.
Entrevista conduzida por Liliana Silva. Captação de imagem e som por Liliana Silva a 7 de Fevereiro de 2020. Editado por Liliana Silva.
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