Maria Graciosa de Jesus Moreira Figueiredo da Silva, de 82 anos, nasceu em Cimo de Vila, Alva, no concelho de Castro Daire. No seio de uma família grande de seis irmãos, dos quais não esconde “o orgulho”, recorda “uma infância muito boa” e uma ligação sempre próxima aos pais.
A mãe dedicava-se à costura e o pai, um lavrador forte, era um homem “mais de 50 anos à frente do seu tempo”, cuja principal prioridade era a educação dos filhos.
No seu caso, seguiu a via do ensino, tendo, logo em início de carreira, sido enviada para o Douro, “um meio pequeno”, onde foi muito bem recebida e onde viria a conhecer o futuro esposo.
Depois de ter passado por várias escolas da região e com três filhos, Maria Graciosa vai com o marido, em 1971, para a Alemanha, ficando o casal empregado na mesma empresa. A primeira experiência não correu bem, mas no espaço de um ano já percorriam nova aventura.
Por altura do casamento da filha, em Portugal, recebe uma chamada de um missionário da Ordem do Espírito Santo que viria a alterar, novamente, o seu percurso. De volta a Bremen, foi convidada para trabalhar na Missão por conta da Cáritas. As suas funções passavam pelo apoio à comunidade e pela dinamização da catequese e do grupo de jovens, mas viriam a ser mais amplas, tendo sido responsável por um período de grande dinamismo, com a realização de teatros, a fundação de dois ranchos e até da discoteca da Missão, que animava as tardes de domingo.
Do país que a acolheu durante cerca de 14 anos, Maria Graciosa Silva recorda a “gente fria mas muito organizada e pontual” e um período “gratificante”. “Houve altos e baixos mas fui muito feliz. Deixei grandes amigos”, garante, enquanto vai desfiando, com emoção, vivências e memórias das pessoas que se cruzaram no seu caminho.